Dezessete

Um dia qualquer entre o final de 1995 e o início de 1996...
E o interfone toca...

Dona Vera? É o Antonio, da portaria... A menina da limpeza taí? Acho que vi alguma coisa caindo da janela do seu banheiro...

Não, Toninho. Hoje, aqui, só eu e a nenê. Tô falando com vc e ela está brincando de boneca no quarto

Tá bom, dona Vera. Desculpa. Obrigado.

Mas bastou meia palavra pra deixar a mama aqui com a pulga atrás da orelha

Melhor espiar o que a gatinha anda fazendo...

E não é que a bichinha deixou as bonequinhas de lado e rumou para o banheiro, onde abriu TODAS as gavetinhas do gabinete e improvisou uma "escada", subiu na pia e ficou à vontade para, na maior calma do mundo, provar TODOS os batons que estavam no armário ao lado do espelho?

E, afinal, o que é que voava pela janela do banheiro? Os batons que ela já havia provado, claro, juntamente com os vidros de esmalte, que ela não conseguiu abrir... geniosa e vaidosa a garota, né? Desde pequetica...

E você deve estar se perguntando: E o título do post de hoje? Tá louca?

Calma. Eu explico. É que a protagonista dessa história hoje faz dezessete anos, e a mama aqui teve um ataque de saudades de quando a cria ficava assim... mais ou menos protegida, mas sempre sob as minhas asas...

Feliz aniversário, filha! Que Deus te proteja sempre!